quinta-feira, abril 26, 2007

revoluções de Abril

Ontem celebrou-se a passagem de mais um ano sobre a revolução de Abril. Há 33 anos mostrámos ao mundo que para acabar com uma ditadura o sangue se pode sublimar no perfume de uma flor e a natureza bem portuguesa surgiu na sua melhor forma: a do cravo.

Hoje, nós, os filhos da revolução, olhamos este dia com algum distanciamento. Com a visão de quem não teve que pagar pelo bem mais sagrado da humanidade e como tal tem alguma dificuldade em valorizá-lo, ou sequer imaginar a vida sem o ter. Este distanciamento que nos foi oferecido por quem lutou e sofreu por esta liberdade, converte-se em alguma apatia perante outros bens/ valores que não podemos dar por adquiridos mas de que nos vamos escondendo por trás dos (des)confortos de uma vida moderna recheada de distracções (carros, casas, viagens, cursos, carreiras, empréstimos…).


A justiça, a igualdade de oportunidades, a ética, o ambiente, a luta contra a pobreza..., são revoluções por fazer e para as quais temos que acordar deste sono embrutecedor e passar a uma participação mais activa e mais consciente para o mundo em que vivemos.

Em primeiro lugar falo para mim mesma. Para mim que tenho o poder de não desviar o olhar e Ver o mundo em que vivo e Participar com pequenos (grandes) gestos nas mil revoluções que estão por fazer.


E que tal celebrar Abril com uma revolução nova em cada ano, com uma acção que nos aproxime mais do mundo que queremos. Como poderemos mostrar-nos merecedores deste presente sem preço?

1 comentário:

Unknown disse...

"Ver" e "Participar" por dentro.
Alinho!
Beijo.