quarta-feira, janeiro 17, 2007

"o guardador de rebanhos"

Costa da Morte - Janeiro 2007

"Eu nunca guardei rebanhos,

Mas é como se os guardasse.

Minha alma é como um pastor,

Conhece o vento e o sol

E anda pela mão das Estações

A seguir e a olhar.

Toda a paz da Natureza sem gente

Vem sentar-se a meu lado.

Mas eu fico triste com um pôr do sol

Para a nossa imaginação,

Quando esfria no fundo a planície

E se sente a noite entrada

Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego

Porque é natural e justa

E é o que deve estar na alma

Quando já pensa que existe

E as mãos colhem flores sem ela dar por isso.

...."

do Guardador de Rebanhos - Alberto Caeiro

[Obrigada Pessoa!]


1 comentário:

Viajante disse...

E obrigada a ti, por me o dares a ler. Há muito tempo que não revisitava Pessoa.