"Não tenho muito tempo para o mar
para nadar no mar para pescar
para nadar e amar não tenho tempo
para outras coisas em ar: o frio aperta
os ossos doem o coração palpita.
Vou pela praia contra o vento mas
sei que tudo agora é sempre assim
contra a corrente o tempo o próprio pensamento
na areia mole os pés vão-se enterrando
já não batem o crawl como batiam
já não logram correr como corriam
e no entanto o tempo agora é de corrida
contra o tempo se corre contra o tempo
contra o tempo se corre e assim se morre
em frente ao mar olhando a desmedida
distância entre a tão curta vida e o amor dela
sobretudo ao crepúsculo quando o mar
nos interpela e nos apela e a caravela
do coração se põe de novo a navegar
mesmo sabendo que já não há partida
e que as rimas em ar estão a acabar
e todo o tempo agora é contra o tempo
e mesmo sem correr só há corrida."
Livro do Português Errante - Manuel Alegre
mas é a paixão pela vida que nos dá o tempo que precisamos.
Daqui um abraço para dois homens jovens: o meu avô (de 85) e o meu pai (de 64 anos).
quarta-feira, abril 25, 2007
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3 comentários:
amei seu blog parabens... acabei de criar um tbm mas sou novo nisso, sera que vc poderia me dar umas dicas???? como eu faço para arrumar aquelas imagens sonoras??? o meu blog eh http://volupiadeler.blogspot.com/..
Isso é muito bonito, quando nao vemos o tempo a escorrer-nos das mãos.
Também gosto muito desse poema.
Isso é muito bonito, quando nao vemos o tempo a escorrer-nos das mãos.
Também gosto muito desse poema.
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