quarta-feira, outubro 04, 2006

inquietação

O tempo passa devagar
aqui no buraco onde guardei a minha vida.
É um buraco estreito e poeirento,
onde só chega uma réstia de luz.

Aqui sufoco.
Abro a boca,
mas a brisa corre para outro lado.
Abro a boca,
mas o grito congela.
Como num sonho,
mover-me não posso.
Em suspenso,
hiberno.

_ Aguarda, tem calma...
Mas e se hoje for o meu último dia?
_ Mais um dia, só mais um dia..
espera,
espera que não tarda..
Mas a minha vida retarda.
E depois? Que fazer com ela?
Como uma viagem no tempo
em que o viajante se engana na saída
_ Demasiado tarde, demasiado tarde!
Já tudo passou,
já o mundo acabou,
já o viajante não serve para nada.
E a máquina do tempo avariou,
encalhou,
ali,
no nada.

2 comentários:

Unknown disse...

Nada é tarde desde que se aguarde...

daniel sant'iago

Aldina Duarte disse...

A máquina do tempo é provavelmente das mais utilizadas por todos a toda a hora, partindo da teoria científica que o tempo não existe, é natural que por vezes fiquemos encalhados com ela.

Até sempre!